A temporada de premiações do cinema já começou e O Destino de Uma Nação (Darkest Hour, no original) está no topo de uma categoria: melhor ator para Gary Oldman. Ele ganhou o Globo de Ouro, Critics Choice Awards e diversos outros prêmios de associações críticas pelo papel de Winston Churchill, personagem principal do longa. Nessa crítica sem spoilers, vou falar um pouco sobre o que mais me chamou atenção na produção.
Começo falando bem da direção de Joe Wright. Ele conseguiu dar vida e beleza a um roteiro cansativo e com uma vibe documental demais, por mais que essa seja a proposta do filme. Eu gosto muito de longas com narrativas históricas e acabei achando que faltou uma história melhor para ser tratada nesse. Ao mesmo tempo, eu consegui gostar do que vi porque a fotografia e a edição me fisgaram onde o roteiro falhou. A composição dos atores nas cenas, o jogo de luz e sombras e a iluminação estão espetaculares.
Quem carrega o filme, porém e apesar dos pesares, é o já citado Gary Oldman que junto de uma maquiagem incrível, e que também merece todos os prêmios possíveis, consegue encarnar o personagem principal. A única forma de realmente reconhecer o ator é pela voz porque o modo de falar, os trejeitos e a aparência física são totalmente diferentes. A atuação de Oldman consegue contemplar a persona peculiar que Churchill parece ter sido e nos leva para perto dele. Somos conquistados pelo carisma e humor peculiar, bem britânico por sinal.
Por mais que O Destino de Uma Nação tenha uma história um pouco interessante e seja bem filmado, a sensação que ficou em mim depois da sessão foi se tratar de um Oscar Bait bem calculado. É claro que isso não é demérito nenhum, mas me passa a impressão de ser um filme muito mais estético com foco em premiação do que uma produção para ser realmente apreciada, com um roteiro que instigasse a conhecer mais sobre o período tratado, do que apenas expor o que aconteceu. O longa, porém, se paga pela ótima representação de Churchill e pela belíssima fotografia e edição.
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