terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

The 100

Se existe algo para descrever essa série, a palavra é SURPRESA. Quando você lê a sinopse ou vê fotos e notícias sobre ela, pode parecer se tratar de só mais uma série adolescente, ainda mais por ser da CW (canal mais voltado a séries teens). Só que, ao longo dos episódios você vê algo extremamente diferente. Podemos notar uma produção impecável em todos os sentidos, um roteiro conciso e direto, atuações boas e uma trama eletrizante. Esse texto foi feito com o intuito de indicar uma série ótima para quem está à procura de algo novo e por isso não terá spoilers, só motivos para assisti-la o quanto antes.

Para mim, o protagonista da série é o roteiro impecável. Sério, eu nunca mais olharei o desenvolvimento de uma história da mesma forma que via antes de assistir The 100. A primeira temporada, por exemplo, tem treze episódios que dão dinâmica à história. Não tem muita enrolação ou encheção de linguiça, é praticamente um filme de 533 horas. Tem noção do quanto isso é bom? Não é exagero. Isso me faz olhar séries com vinte e tantos episódios e pensar que os roteiristas/produção não estão nem aí para a história, mas sim para o retorno financeiro.
Eu falei tanto do roteiro, mas ainda não falei sobre a história em si. Então, é o seguinte: Depois de um apocalipse nuclear na Terra, vários países enviaram pessoas para o espaço para que elas pudessem sobreviver longe da radiação que cobria o planeta. As estações espaciais eventualmente se encontraram no espaço e formaram a Arca, uma estação espacial que englobava todas. Tudo estava muito bem até que, 97 anos depois do apocalipse, ocorre um problema com o sistema de oxigenação da Arca e toda a população que vive ali tem apenas mais três meses de oxigênio. O governo da Arca, então, manda cem criminosos menores de dezoito anos para a Terra para saber se o planeta já pode ser reabitado pelos humanos. Os jovens conseguem chegar bem, mas os equipamentos de comunicação param de funcionar. Então, adolescentes criminosos passam a viver em uma Terra que eles nunca conheceram e sem as ordens da Arca.
Sim, pode parecer clichê, pode parecer distopia, pode parecer que o autor da história embarcou na moda atual, mas não é bem isso. Eu mesmo, enquanto assistia, comparei várias vezes a história com Jogos Vorazes. Porém, The 100 acaba sendo um pouco mais interessante do que as outras distopias no sentido de imaginar e realizar um mundo mais próximo do que realmente pode acontecer. Histórias como Jogos Vorazes e Divergente são aquelas metáforas hiperbólicas que aumentam coisas banais do dia-a-dia para assustar. The 100, por outro lado, praticamente prevê o futuro e nos mostra uma história próxima do real. Além disso, a trama divide o foco dos episódios entre o núcleo adulto da Arca e o núcleo jovem da Terra. Isso equilibra a temática distópica com assuntos de política e ficção científica.
Outro ponto muito interessante no roteiro é o desenvolvimento dos personagens. Todos tem sua importância e são muito bem trabalhados. O elenco não é pequeno, mas mesmo assim, há espaço para todos. E falando neles, não poderia deixar de destacar a questão que está sendo muito falada no momento: representatividade. Brancos, negros, asiáticos, pardos, loiros, ruivos, homens, mulheres, enfim, tem de tudo. Melhor ainda, há personagens que fogem dos esteriótipos presentes nas séries e nos filmes. As mulheres quebram qualquer mito de “sexo frágil” e os negros não são alívio cômico. Isso é realmente interessante porque quebra justamente com o lugar comum das outras produções e diferencia The 100 de outras distopias.
Além do roteiro, há outros detalhes técnicos que incrementam essa produção. A trilha sonora é muito bem adequada e até se permite colocar músicas populares na série (algo que não é muito bem visto em certas produções). Aliado a isso, temos uma direção e fotografia que tornam o visual bem bonito ou perigoso, dependendo da situação. Há muitos momentos “contagem regressiva” durante a história, onde os personagens se veem em becos sem saída e precisam agir rapidamente. É aí que podemos ver o acerto da direção que por diversos momentos me deixou muito tenso. Além disso, os efeitos especiais são impressionantes para uma série. Diria até que chega a ser melhor que alguns blockbusters.
The 100 é aquele tipo de série que te envolve do começo ao fim com muita ação e inteligência. A história vai crescendo cada vez mais e quando você pensa que não dá para acontecer mais nada, ela te surpreende de novo e se reinventa. É uma produção super subestimada pelas premiações e até pelo público, mas que merece total apoio. Como não quero acabar dando spoiler aqui, eu encerro o meu texto indicando fortemente essa série, ainda mais se você for pular carnaval no bloco da Netflix (tem a primeira temporada lá). Pelo o que eu vi da terceira temporada até agora, essa será a primeira de muitas vezes que a série aparecerá aqui pelo blog.
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