segunda-feira, 30 de maio de 2016

The Flash e Arrow - Crítica das Temporadas

The Flash e Arrow encerraram as respectivas temporadas na semana passada e muita coisa mudou desde a Season Premiere. As duas séries começaram bem opostas às respectivas temporadas passadas, mas, aos poucos, foram voltando ao “normal”. Se por um lado isso foi bom para The Flash, , que teve uma primeira temporada incrível, para Arrow, foi motivo de desespero porque não conseguiram deixar de lado o fantasma da péssima terceira temporada. Começarei com The Flash e depois falarei de Arrow.
PS: O texto a seguir tem spoiler da segunda temporada de The Flash.
The Flash
Olhando agora para a temporada, dá para ver um objetivo claro: deixar o Flash mais “sombrio”, por assim dizer, e dar um corpo mais dramático à trama. Porém, com um personagem como Cisco fazendo altas referências nerds, isso fica um pouco difícil. O que não é ruim, de fato. The Flash consegue funcionar muito bem entre a comédia e o drama porque a produção sabe dosar bem. Barry é um herói cômico, mas tem um drama interno que é bem explorado na história e dá a dramaticidade da série. É uma escolha muito acertada ter personagens secundários mais leves e bem humorados (tirando Iris, é claro) que sejam mais comédia e menos drama. Fica bem mais leve que Arrow, por exemplo, que se tornou um dramalhão.
Na primeira temporada, o número grande de episódios e os casos da semana não me incomodaram, mas o mesmo não pode ser dito da segunda temporada. Por mais que seja legal ver novos meta-humanos e ele lutando contra eles, a ausência de uma trama maior, mais forte, faz falta. Na temporada anterior, o Flash Reverso foi bem mais presente que o Zoom, que fez uma participação muito rápida. Ba dum tss. Só vamos descobrir mais sobre o antagonista no final e, mesmo assim, ele ficou naquele limite entre misterioso e mal desenvolvido. Pode ter sido um vilão super mal e que deu medo, mas Flash Reverso foi bem mais icônico por toda a história e não conseguiram trazer isso para o vilão dessa temporada.
No entanto, a trama se manteve no mesmo nível: leve, com várias referências e um background grande em ficção científica. Explicar multiverso em um série julgada “teen” foi algo muito corajoso assim como a viagem no tempo. Porém, a produção consegue digerir muito bem os termos científicos para que qualquer um consiga entender o que se passa na série. Para além de algo que faça os nerds pirarem de emoção, a questão do multiverso conseguiu criar momentos únicos dentro da série, como o episódio Welcome to Earth-2, onde Barry e Cisco vão para a Terra 2 e encontram as duplicatas deles. Toda essa questão de duplicatas foi, sem dúvida, o ponto alto dessa temporada porque além do humor, tivemos a imprevisibilidade de encontrar personagens que nós conhecemos com outra cara. Fato que nos leva a pensar: como EU seria na Terra 2?
Os efeitos especiais, de uma maneira geral, evoluíram desde a temporada passada. Só ver o Tubarão-rei que dá para constatar isso. Pena que, nem tudo são flores e às vezes eles escorregam feio nos efeitos. Principalmente quando eles querem mostrar o Barry fazendo coisas em câmera lenta e a computação gráfica do jogo de quadribol de Harry Potter e a Pedra Filosofal vem nos cumprimentar. Eu até reconheço a coragem deles continuarem fazendo cenas assim, mesmo que não sejam completamente necessárias para a trama. Também reconheço que não dá para exigir que eles tenham a mesma competência de fazer efeitos de blockbusters. Porém, eles poderiam tentar investir em efeitos que não dessem muito na cara. Um exemplo é o Flash correndo. Não deve ser nada demais de fazer e fica bem na tela. Poderiam ser mais criativos nesse quesito e fazer algo mais orgânico do que apelar para CGI que não dá para dar o devido foco em uma produção tão rápida.
Agora quero falar sobre a season finale, que não fiz review porque iria fazer esse texto falando sobre a  temporada. Eu achei a conclusão do Zoom meio ruim, pelo tamanho do personagem. Gostei bastante da questão dos “remanescentes do tempo” e de como isso fez minha cabeça virar ao contrário para entender como foi feito. Porém, foi algo bem fácil no final das contas. Esperava algo mais impactante. Só que, por outro lado, o episódio mostrou muito sobre o futuro de Barry e como a história deve seguir agora.
Em The Runaway Dinosaur, Barry acaba na força de aceleração. Lá, ele consegue finalmente aceitar a morte da mãe e seguir em frente. Em Invincible, ele deixa de lado toda a amargura e começa a ser um Flash super confiante e para cima. É então que Zoom mata Henry, o pai dele, e tudo desanda de novo. Ele acaba na mesma situação de quando a mãe foi morta e revive toda aquela dor do passado ficando, talvez, pior do que era antes. Tudo isso o leva a cometer um dos maiores erros que ele poderia cometer, mas vou comentar sobre isso depois. O que eu quero dizer é: a temporada quis deixar o Barry mais intimista e mais melancólico e a morte do pai dele conseguiu tal feito. Não sei como será a próxima temporada, mas podemos esperar um Barry bem mais dramático, ainda mais se considerarmos as consequências do último ato dele no episódio.
Antes de falar sobre a volta no tempo, quero falar sobre alguns personagens. Wells da Terra 2 e a filha dele, Jesse, foram muito bem trabalhados e tiveram uma química incrível com todos. Apesar que, esperava que depois do acidente, Jesse tivesse poderes também. Assim como Wally, que vem prometendo ser um Flash desde a metade da temporada, mas que acabou sendo apenas o irmão da Iris e nada mais. Espero que, na próxima, tenha destaque, até porque ele é um ator conhecido em fazer filmes. Quem acompanha esse mundo de TV e filmes, sabe que para um ator se “””rebaixar””” a fazer uma série sendo um ator de filmes, ele deve ter algum papel importante na série e não ser coadjuvante. Não que Keiynan Lonsdale seja um ator fenomenal, mas ele fez parte da série Divergente nos cinemas, que querendo ou não, poderia abrir portas para outros filmes. Ele ir para o mundo da TV, podendo continuar nos cinemas, é algo curioso.
Eu já estava esperando que no final do episódio fosse acontecer algo surreal para nos deixar loucos até a próxima temporada. E assim foi. Barry decide voltar até o dia em que a mãe dele morreu e… salvá-la! Se você não surtou com isso, calma, você só não conhece um dos melhores arcos do Flash nas HQs (ninguém é obrigado a saber, vale ressaltar). Mas enfim, o nome do arco é Flashpoint Paradox e por que ele é tão WOW que todos que conhecem a história ficaram se segurando na cadeira (ou na cama) quando presenciaram tal feito? Bem, nas HQs aconteceu mais ou menos o seguinte: quando Barry voltou e salvou a mãe, ele alterou toda a linha temporal da DC. Isso porque a morte da mãe dele foi decisiva para ele se tornar o Flash e a linha temporal da DC segue a teoria “efeito borboleta”, onde uma mudança, por mais pequena que seja, se propaga e muda completamente os acontecimentos em todos os lugares.
Um grande exemplo é de que o Batman, na nova realidade, seria o pai do Bruce e ao invés de um herói, ele seria um justiceiro sanguinário em busca de vingança pela morte do filho. O Barry, nessa realidade, não vira o Flash, já que, como disse antes, a morte da mãe foi uma das grandes causas para ele se tornar o herói. Existe uma animação muito boa sobre esse arco dos quadrinhos. Vale à pena ver. Voltando à série, isso é bem importante porque pode redefinir muito sobre a história e eles são bem corajosos em fazer algo assim. Eu achei que esse plot iria rolar no final da primeira temporada e lá eles já seriam bem corajosos, mas não tanto como agora. A série já está consolidada e os personagens já tem uma química ótima. Reinventar cada personagem, ainda mais sendo algo que realmente são eles e não duplicatas de outra Terra, é algo bem ousado da parte dos produtores.
Até porque, isso pode chegar até Arrow também. A série é conhecida por ter como protagonista o “Batman Verde” porque muitos vilões e tramas que acontecem em Arrow são do Batman nas HQs. Além disso, na Terra 2, fala que o pai do Oliver sobreviveu ao acidente, ao invés do filho, algo bem similar com o que aconteceu com Bruce em Flashpoint. A questão é: eles serão capazes de rebootar até Arrow, mesmo que a série não seja dependente de Flash? O Stephen Amell, ator que interpreta o Oliver Queen, já se manifestou dizendo que Arrow é “uma série sobre e Star City e não sobre viagens no tempo ou multiverso”(??????), mas eu não sei o quanto isso quer dizer o que ele sabe sobre a temporada cinco e o quanto é a visão dele sobre a série. Eu acho que: se The Flash toda mudar e Arrow ficar igual, vai ser a maior besteira que a DC pode fazer na televisão. Vai pegar algo incrível e jogar no lixo.
PS: O texto a seguir tem spoiler da quarta temporada de Arrow.
Arrow
Eu até tentei, mas essa quarta temporada de Arrow foi só DCpção. O começo, se comparado à terceira temporada, foi bom, mas depois da midseason finale, a temporada foi ladeira abaixo. Começaram a fazer um tom mais leve, mas logo isso acabou e voltaram ao dramalhão carregado de sempre. Não que isso seja ruim, porque não é. Porém, sem uma história forte, um drama não se sustenta e se teve algo que Arrow não teve nessa temporada, esse algo foi história forte. A trama andou em círculos. Foi de nada, passou por lugar nenhum e voltou para nada de novo.
Uma das piores coisas que eles puderam fazer foi acabar cedo demais com o plot de Oliver ser o prefeito de Star City. Considerando que ele quer salvar a cidade e o quanto é famoso, isso já deveria ter acontecido faz tempo. Porém, só veio acontecer agora e tudo isso para, no meio da temporada, ele simplesmente abandonar tudo. Foi algo que eu achava que iria salvar a temporada, mas não, só foi encheção de linguiça. Sendo que, agora no final, sem mais nem menos, ele já assume a cidade depois de um discurso super clichê em uma cena super clichê com uma temática super clichê de “esperança vencer escuridão”. Junto com isso, todo o plot de Felicity ficando em uma cadeira de rodas e depois simplesmente levantar e sair andando foi inacreditável de tão ridículo. Poderiam ter usado para evoluir a personagem e até dar um foco para os deficientes físicos, mas só serviu para um drama passageiro e uns episódios depois ela já estava andando pra lá e pra cá como sempre, sem nenhuma sequela e nem nada.
Se por um ponto eles fizeram dois plots que deram voltas e acabaram no mesmo lugar, em outro, resolveram matar uma das personagens femininas mais importantes da DC! Sério, desde o começo eu não acreditei que a Laurel pudesse ser cogitada para a morrer. Foi o maior tiro no pé que a série poderia dar. É só ver como a participação feminina foi caindo na série: Felicity deixou de ser uma personagem super independente e acabou limitada como interesse romântico do Oliver, Laurel passou de personagem que tinha até uma história própria dentro do show para uma pessoa morta por uma flecha(!!!!!) e Thea virou apenas a sidekick do Oliver. Tudo bem que a Canário Negro não tinha uma história tão bem desenvolvida assim na série, mas esse problema é consertado dando uma boa história para a personagem e não simplesmente matando. Ouvi dizer, também, que a personagem vai estar no Universo da DC nos cinemas e queriam descansar a imagem dela, como fizeram com a Amanda Waller e Pistoleiro, por exemplo. Eu sinceramente espero que isso seja boato porque senão teriam que matar o Flash também, que inclusive está em Batman vs Superman. Todo o conceito de multiverso está aí para isso e inclusive é de conhecimento de todos que o universo dos cinemas é um universo diferente da Terra 1 das séries. Não acho que seja desculpa.
Para encerrar, Damien Dahrk prometeu muito, assim como Ra's Al Ghul, e entregou tanto quanto o antecessor. Durante a metade da temporada, tinha episódios que nem no nome dele tocavam. Vilão completamente esquecível. Um vilão muito mais marcante dessa temporada foi sem dúvida o flashback que aparecia sempre pra despertar nosso ódio. Por favor, apenas parem com isso. Não existe mais história para flashback desde o começo da terceira temporada. Assume que o Oliver ficou naquela maldita ilha e não foi fazer um tour pelo mundo nesses cinco anos. Coloca ele de cosplay de Náufrago que tá ótimo! Tudo menos esses flashbacks que só enchem mais linguiça. Sinceramente, nem sei se volto para a temporada cinco (sim, já renovaram!) porque sinceramente não está merecendo nem um minuto da minha atenção.
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