sábado, 13 de agosto de 2016

Esquadrão Suicida


Esquadrão Suicida chegou aos cinemas com muitas tarefas difíceis. Fazer um filme coeso com tantos personagens para introduzir, salvar o Universo Cinematográfico da DC das críticas negativas que Batman vs Superman teve e ser fiel ao material original dos quadrinhos, foram algumas delas. Por mais que eu tenha gostado dos outros dois filmes desse universo cinematográfico, o meu hype para esse era nulo. O filme não conseguiu me ganhar pelos trailers e fui completamente sem expectativas para os cinemas. Isso também pode ser atribuído ao fato de eu não conhecer bem os personagens dos quadrinhos, então fui quase como uma pessoa normal para o filme.
OBS: Essa crítica NÃO contém spoilers.
Uma das partes mais importantes de qualquer forma de entretenimento, na minha opinião, é o desenvolvimento. Se algo começa mal, é bem difícil você conseguir voltar para o mundo da história. É quase uma bola de neve que vai descendo pela montanha. Infelizmente, essa foi a pior parte do filme e depois de um começo desastroso, nada conseguiu recuperá-lo. Não houve introdução, houve basicamente um trailer que apresentava personagens. Ao mesmo tempo que foi longo, não mostrou a que veio porque não conseguiu apresentar cada um, nem fazer o público se aproximar dos ilustres desconhecidos das telonas. Isso só veio do meio para o final do longa.
Os únicos que conseguiram algum destaque no filme foram Pistoleiro e Arlequina, que mesmo assim não foram tão bem abordados. Enquanto isso, personagens como Amanda Waller, Coringa e até Diablo, que pelo pouco que vi me interessou bastante, foram ignorados e não tiveram espaço para se desenvolver. É claro que eu entendo que tinha muitos personagens para serem trabalhados, mas eu sei que poderiam fazer algo melhor. Sabe quando você quer fazer várias coisas ao mesmo tempo e não consegue fazer nada direito? Foi basicamente isso. Faltou ritmo para saber como apresentar tanta gente, faltou sensibilidade para saber a forma de construir um roteiro que não fosse entediante e faltou coragem de seguir com o plano inicial do filme. A minha impressão foi que o início problemático foi feito por causa das críticas em relação ao tom de BvS, o que deixou o restante do longa desconexo. Praticamente dois filmes em um. O que é uma pena, já que do meio para o final há indícios de algo que poderia ser bom, mas que não começou bem e foi por água abaixo.
Muita gente elogiou a trilha sonora do filme, mas para mim, foi mais um dos erros dele. As músicas são ótimas, mas a forma com que foram colocadas, não encaixou. Pareceu apelação, quase que querendo ganhar no grito e criar um clima que não tinha base para acontecer. Por um momento, achei que estava assistindo um musical ou um grande clipe. Faltou um instrumental mais original e forte como teve BvS. Não que eu seja completamente contra músicas conhecidas nos filmes, pelo contrário, gosto bastante pela ousadia, já que não é o mais usual. Porém, empurrar várias músicas famosas em sequência goela abaixo do público sem timing e sem sentido, não dá.
Nas atuações, senti falta da altura dos nomes. Viola Davis não conseguiu mostrar tanto o potencial como Amanda Waller. Margot Robbie não sobressaiu na Arlequina, que a ofuscou. Will Smith também não aprofundou o Pistoleiro. Jared Leto passou tão rápido pela telas que não tenho como decidir se a atuação dele ficou exagerada e caricata demais, já que precisaria ver mais do ator no Coringa. Tudo isso foi ocasionado pela falta de um bom desenvolvimento para conseguir construir cada personagem de uma forma aceitável.
Após ver Esquadrão Suicida, eu vi que havia um bom material para ser trabalhado. Bem lá no fundo, dava para ver que o filme tinha um potencial enorme. Ele tem uma boa produção, um bom elenco, mas peca no roteiro, que para mim é a parte principal de qualquer obra de entretenimento. O longa passa a tarefa árdua de ser o primeiro filme aclamado pela crítica e público do Universo Cinematográfico da DC para Mulher Maravilha, que estreia no ano que vem. Vamos esperar que tudo dê certo e que a DC continue com os filmes diferentes dela ou Esquadrão Suicida poderá ser, ironicamente, o impulso tomado pela produtora em direção ao precipício.
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