sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Estreias da Fall Season

Chegamos na melhor época para ser seriador no ano: a Fall Season. Para quem não sabe, a denominação vem de ”temporada de Outono”, que é quando estreiam várias séries novas e a maioria das que já existem retornam após o grande hiato de fim de temporada, ou Season Finale. Como nos EUA em Setembro começa o Outono e as séries de televisão costumam começar nessa época, assim como escola e faculdade, por exemplo, deu-se esse nome. Algo que eu sempre quis fazer, mas nunca fiz, foi, se podemos chamar assim, “Projeto Fall Season”: ver os Pilotos de várias produções e, então, engrenar as séries ou não. Nesse texto, venho indicar alguns motivos sem spoilers para ver ou não todas as séries que assisti.
Amei
Westworld
Eu já fiz um texto só de Primeiras Impressões sobre a série aqui no blog (clique aqui para ler) porque foi questão de necessidade mesmo. Posso estar redondamente enganado, mas aposto minhas fichas de que essa é a melhor série estreante dessa Fall Season, pelo menos para mim. Estava muito necessitado de uma ficção científica nesse nível. Ela vai muito além de robôs e as leis da robótica, mas abre margem para questionamentos humanos.
A produção é da HBO, então nem preciso dizer que podemos esperar algo próximo à produção de filme em cada episódio. Junte a esse fato nomes como J.J. Abrams e Jonathan Nolan, além de um elenco com Anthony Hopkins (Robert), Jeffrey Wright (Bernard), Rodrigo Santoro (Hector), Sidse Babett Knudsen (Theresa), entre outros. Para quem curte Mr. Robot e Black Mirror é um prato cheio, mas recomendo para qualquer pessoa que goste de entretenimento em geral.
Gostei Muito!
Notorious
Eu quase não assisti essa série por causa de algumas opiniões do IMDB, mas depois vi vários elogios em páginas brasileiras e resolvi arriscar. Acabou que ela me ganhou completamente e é uma das minhas favoritas das que estrearam. A série é sobre a relação (não no sentido amoroso, mas de relação normal mesmo) entre uma produtora de TV aberta e um advogado de famosos. É muito interessante por mostrar a relação entre o poder judiciário e o chamado “quarto poder”, a mídia, que tem o potencial de julgar e condenar através da opinião pública. É inspirada em fatos reais.
Super indico para quem curte How to Get Away with Muder porque as duas tem o ritmo rápido e intenso em comum. Você não relaxa ou respira enquanto assiste um episódio. Além disso, os dois atores principais, Piper Perabo (Julia) e Daniel Sunjata (Jake), são rostos conhecidos e não fazem feio, aém de terem uma química ótima.
Conviction
Mais uma série com uma protagonista forte. Hayley Atwell (Hayes) está incrível no papel de ex primeira-filha (ou filha de um ex-presidente) que se formou como melhor aluna de direito de Harvard. Ela está para Conviction como Viola Davis está para How to Get Away with Murder. Já no Piloto, conseguimos ver várias camadas da personagem. Me lembrou muito a apresentação de Emily no Piloto de Revenge.
O resto do elenco também é bom, tendo o Shawn Ashmore (Sam), que fez o Bob em X-Men e Daniel Franzese (Jackson), que é bem conhecido por Damian em Meninas Malvadas. Além disso, a premissa da série é bem interessante, mesmo sendo “caso da semana”. Para quem curte série com pegada de direito, crime e drama, vale muito a pena.
OBS: Em Conviction temos o Bob e em How to Get Away with Murder temos a Jean Grey. Já quero um crossover mutante judicial para ontem!
Gostei
Frequency
Frequency é uma série difícil de definir porque ela envolve a temática de viagem no tempo sem a viagem no tempo. Ela não tem aquele conceito de série high-tech com explicações científicas sobre determinado assunto. Não, ela está mais para algo meio old school onde algo sobrenatural acontece e os personagens reagem à isso. Talvez, por isso, a premissa da série seja uma das mais originais dessa Fall Season, mesmo a história sendo adaptada de um filme, assim como Westworld.
Eu também gostei bastante do elenco, em especial os protagonistas Peyton List (Raimy) e Riley Smith (Frank), que fazem filha e pai, respectivamente. Os dois entregam bem os personagens individualmente e mesmo não contracenando presencialmente nas mesmas cenas, conseguem ter uma química bem bacana. Para quem curte um bom drama policial com pitada de viagem no tempo, sem necessariamente todas as explicações científicas, acho que vale a pena dar uma conferida.
Timeless
Sim, mais uma série de viagem no tempo. Se contar com as que eu já via, tenho quatro que passeiam pelo assunto (contando com Frequency). O que me chamou atenção em Timeless foi o foco que eles deram para a história (não a história de trama da série, mas a história da humanidade, em si). É a primeira vez que eu vejo uma série com temática de viagem no tempo onde pegam um historiador (nesse caso, historiadora) para ir junto e tomar cuidado para não alterar nada (Legends of Tomorrow começou a fazer isso agora na segunda temporada, mas bem superficialmente). É legal ver um outro tipo de nerdice em tela, diferente do já manjado nerd de programação, hacker etc. Até eu que sou da área, estou cansado de personagens assim.
Eu só não classifiquei Timeless como “Gostei Muito!” por causa do elenco. Gostei bastante da Abigail Spencer (Lucy) como protagonista, mas Matt Lanter (Wyatt) e Malcolm Barret (Rufus) ainda não me convenceram. Também acho que falta uma química maior na equipe. Tudo bem que eles ainda estão se conhecendo e talvez isso vá melhorar ao longo do tempo, mas isso faltou para eu gostar mais da série. Antes que me esqueça: gostei bastante da produção da série, ainda mais para ambientar a época retratada. Achei bem bom.
No Tomorrow
É uma das minhas grandes surpresas nessa Fall Season. Primeiro, a série foi inspirada em uma minissérie brasileira, “Como aproveitar o fim do mundo”, que foi ótima (VAI BRASIL!). Quando fiquei sabendo disso, fiquei louco pela série já. Segundo que, apesar de ser uma comédia, ela não tem o formato tradicional de 20 minutos que a maioria das comédias tem. São 40 minutos. Transparent, que é drama e tem um tempo menor de tela até foi “zoada” no Emmy por isso. Sobre a série, o que tenho para falar é que ela se encaixa na categoria “delicinha” que eu criei. É aquela série bem leve, sem compromisso, para você assistir depois de um dia desgastante antes de dormir, para aliviar a tensão.
Também gostei dos dois protagonistas e achei interessante que nessa adaptação eles inverteram os papéis. Enquanto que no original, Alinne Moraes era quem pregava o fim do mundo e tentava convencer o Danton Mello, cara super certinho, nessa versão, Joshua Sasse (Xavier) é quem acredita no apocalipse e Tori Anderson (Evie) que é a certinha. Também gostei bastante em como eles desenvolveram as motivações de Xavier e o núcleo de trabalho da Evie.
The Good Place
Mais uma série da categoria “delicinha”, mas dessa vez com o tempo padrão de uma série de comédia. Eu diria que é uma No Tomorrow para você ver antes de dormir quando estiver com um pouco mais de sono. A premissa da história de contar o que acontece após a morte é bem legal e tem umas sacadas boas. Acaba sendo uma diversão interessante.
Estou gostando muito da Kristen Bell (Eleanor) e de Ted Danson (Michael). O elenco todo é bem legal, mas eles, acho, estão em um nível acima. A personagem Janet de D’Arcy Carden é uma das minhas preferidas também. Quem curtiu Unbreakable Kimmy Schmidt, acho que vai curtir essa também.
Achei OK
Lethal Weapon
Não sou fã dos filmes, nem sei se cheguei assistir algum. Meu único motivo para assistir a série foi Damon Wayans (Roger). Eu sou muito fã de Eu, a patroa e as crianças e precisava ver a volta dele para a TV. Parece que o tempo não passou. Ele não mudou nada e continua com aquela veia cômica natural. Só que também fui surpreendido por Clayne Crawford (Martin) que co-estrela a produção com Damon. Ele está muito bem no papel também e os dois tem uma química bem boa em cena.
O meu problema com a série para não gostar tanto é a temática e o formato. Ele é bem padrão Sessão da Tarde, com caso da semana e tal. É aquela série padrão policial de ação, nada mais que isso. Se você gosta da temática, provavelmente vai gostar mais que eu. Para mim, é aquela série para ver quando quer apenas um entretenimento fácil ou quando não tem mais nada legal para ver.
MacGyver
Dá para falar quase tudo o que disse sobre Lethal Weapon aqui. MacGyver é aquela série padrão de espionagem com uma pitada de ciência e altas doses de coisas absurdas que você não consegue engolir. Não era fã da série original e pelo o que eu li, os fãs, em sua maioria, não gostaram. Acho uma história legalzinha, mas nada demais. O desenvolvimento dos episódios são meio previsíveis, mas a produção é razoável pelo menos.
Lucas Till (MacGyver) não convence muito, mas dá para levar. A química do elenco também não é das melhores, mas nada que o tempo não possa acertar. Se você gostar de Lethal Weapon, talvez goste dela também. Pelo o que vi até agora, tem grandes chances de ser cancelada nessa temporada.
Não Gostei
Aftermath
Foi difícil terminar de assistir o Piloto. Mais uma trama de apocalipse, mas o que foi sofrível mesmo foi o roteiro e a produção. Tudo muito trash demais. Você não via nos personagens as motivações necessárias para cada ação, a atuação dos atores foram bem abaixo do esperado. Acaba que vira uma grande comédia pastelão porque chega a ser tragicômico o nível da série. Ainda há uns roteirismos que forçam uma barra enorme para as coisas acontecerem de uma forma não usual. Eu sinceramente não recomendo para ninguém.
Odiei
Haters Back Off!
Quando eu estava fazendo essa lista, resolvi não colocar séries da Netflix porque não dá para julgá-las apenas pelo pilotos já que tem ritmos diferentes. Um grande exemplo é Luke Cage, que só vi o primeiro episódio. Só que essa série me fez mudar de ideia porque eu precisava criticá-la aqui. Nos primeiros minutos, eu já estava odiando completamente a atriz principal Collen Ballinger (Miranda), por conseguir o feito de fazer uma personagem tão ruim. Sério, não tenho nem palavras. É aquele tipo de série que tenta ser engraçada de uma forma tão grotesca que fica ridículo, para dizer o mínimo. Não deu nem dez minutos e eu estava dormindo. Então, só queria aqui ser um grande hater mesmo dessa série que, por sinal acertou no nome.
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