Inferno chega aos cinemas como a adaptação do livro homônimo de Dan Brown, e a terceira da série do escritor sobre Robert Langdon, professor universitário. Assim como o antecessor, Anjos e Demônios, o filme se mostra independente da série, podendo ser assistido por alguém que nem nunca ouviu falar sobre o famoso Código da Vinci. É quase como uma série de televisão com casos da semana, em que um não interfere no outro e você pode ver episódios aleatoriamente sem perder nada. O interessante, porém, é que a produção do filme mantém o mesmo tom dos anteriores, o que os conecta de forma clara e confortável para quem vem acompanhando a trama.
OBS: Essa crítica NÃO contém spoilers.
É um pouco complicado avaliar um roteiro de um filme adaptado de um livro, já que se ele for fiel à obra estaremos adaptando a narrativa do autor e não do roteirista. Fica ainda mais complicado quando não se lê a obra original para poder saber o quão fiel ela é (está na minha lista de leitura, mas ainda não cheguei lá). No entanto, eu posso dizer que gostei muito da forma como o roteiro e a direção se alinharam especialmente nesse que, para mim, é o melhor dos três já lançados. Enquanto que as outras histórias tem uma narrativa em terceira pessoa, ou seja, vemos tudo de uma perspectiva fora da história, Inferno nos dá uma imersão maior ao nos colocar dentro da cabeça de Langdon (Tom Hanks). É como se o público estivesse vivenciando tudo aquilo.
O nível de complexidade da história é absurdo, já que o personagem principal é professor de iconografia religiosa e simbologia de Havard e os casos dele visam desvendar mistérios envolvendo muita história e símbolos que não são tão conhecidos pelo grande público. Por isso, a série de filmes tem um grande cuidado em explicar quase tudo o que pode, para conseguirmos acompanhar o desenvolvimento da história junto com os personagens. Porém, muitos podem achar cansativo esse recurso narrativo, já que há essa necessidade real de ficar se explicando o tempo todo. Eu, ao contrário, acho que essa é uma característica essencial da saga, se não o filme não iria ser entendível por quase ninguém e só iria passar em festivais de cinema cults pelo mundo. Além disso, essas explicações e divagações sobre os temas abordados mantém o espectador conectado com o filme, já que, se ele perder uma fala, perde o fio da meada.
Eu cheguei no cinema sem ter visto um trailer do filme e acabei surpreendido por uma gama de atores incríveis e conhecidos. Tom Hanks (Robert Langdon) eu já sabia que estaria e dispensa apresentações ou qualquer elogio que eu possa fazer aqui. Ele é um daqueles atores que atesta a qualidade do filme só de estar no mesmo. Dividindo o tempo de tela com ele, temos Felicity Jones (Sienna Brooks) que tem uma atuação muito boa e que me deixou surpreso porque não lembrava que ela tinha feito A Teoria de Tudo, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Outra personagem feminina forte é Elizabeth Sinskey, papel de Sidse Babett Knudsen, que mal conheço e já considero pakas muito em Westworld. E para fechar, ainda temos a presença ilustre de Omar Sy, super e merecidamente conhecido por Intocáveis (QUE FILME!). Todos estão muito bem.
Como disse anteriormente, a produção mantém o mesmo tom que os outros filmes da série, mudando um pouco a perspectiva da narrativa. Assim como os anteriores, ela se beneficia das locações estonteantes da história para fazer, tecnicamente, uma pintura em vídeo. A direção de Ron Howard emprega um ritmo muito rápido para narrativa, como de costume. No final, eu estava quase caindo da cadeira do cinema de tão nervoso que eu estava com toda a cena tensa que foi construída. Foi algo que experimentei pouco esse ano assistindo ao filmes. Lendo algumas críticas, não consigo entender o que acharam de errado no filme, sem entrar no mérito da adaptação da história. Para mim, é um dos melhores do ano. Um ótimo suspense enigmático com boas cenas de ação, elenco competente, visual impecável, além de uma abordagem histórica e cultural de tirar o fôlego.
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