terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Três Anúncios Para Um Crime

Três Anúncios Para Um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, no original) é um dos grandes favoritos ao Oscar. Está indicado em seis categorias: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Atriz (Frances McDormand), Melhor Ator Coadjuvante (Sam Rockwell e Woody Harrelson), Melhor Trilha Sonora e Melhor Edição. Dos prêmios que concorreu, ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme de Drama, o BAFTA de Melhor Filme e o SAG de Melhor Elenco. Frances McDormand e Sam Rockwell ganharam, respectivamente, o Globo de Ouro (Drama), BAFTA, SAG e Critics Choice Award de Melhor Atriz e Melhor Ator Coadjuvante, sendo os respectivos preferidos pela estatueta em cada categoria. Nessa crítica sem spoilers, vou abordar os aspectos que mais - e menos - me interessaram no longa.
Martin McDonagh assina direção e roteiro e quero começar já de cara falando que os dois são bem problemáticos, para mim. O roteiro chega a ser interessante porque tem umas viradas que eu não esperava e uns caminhos que eu não achei que fosse possível ele ir. Também dá a sessão de que ele tem vida, que é um organismo independente das vontades do público, fazendo as próprias vontades sem se importar com ninguém. No entanto, há situações que me deixaram com uma pulga atrás da orelha. Parece que muitos momentos são criados para causar comoção e forçar o drama e isso me afastou da produção.
Já na direção, gostei como Martin conduziu algumas cenas e, no geral, ele conseguiu me transportar para esse mundo racista, machista e homofóbico do sul dos EUA. Gosto também, como a fotografia ganha vários tons de vermelho e há muitas cenas com cores quentes, expressando o sentimento dos personagens. Porém, por diversos momentos, ele erra o tom em não deixar o drama se instalar na cena, não deixar o público sentir o peso da situação e dos personagens. Vários momentos tensos e de críticas foram rapidamente cortados por uma piada ou por um humor bobo e pastelão. Talvez isso também tenha me afastado do longa porque o diretor não me deixava mergulhar na história e no sofrimento. Típico morde e assopra.
Na atuação, Frances McDormand está realmente incrível e merece os prêmios que tem levado, apesar de não ser a minha favorita. Ela encarna uma mulher durona e amargurada por conta da morte da filha e dá pra ver as nuances da fragilidade da perda e da rigidez do espírito vingativo. Sam Rockwell foi me ganhando aos poucos. O personagem tem várias camadas e depois que a sessão termina e você rebobina a fita mentalmente, dá para perceber que elas sempre estiveram lá. Woody Harrelson faz um bom trabalho, apesar de achar que tem traços de personagens antigos nele. Na minha opinião, tinha outros candidatos melhores para a vaga dele.
Sem dúvidas, Três Anúncios Para Um Crime é impactante e até desnorteador em alguns momentos. Tal qual o efeito borboleta, cada pequena ação gera uma reação exageradamente maior e que gira as engrenagens da trama de violência em um laço sem fim. As atuações se destacam em uma direção que perde o tom entre o drama e a comédia, tirando o peso dos dois e do público. Mesmo com méritos claros, o filme falha, na minha visão, em vender a própria história da melhor forma possível.
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