sábado, 16 de janeiro de 2016

Shadowhunters - s01e01 Cálice Letal

Antes de começar esse texto, quero informar que vou falar apenas sobre o que vi no episódio, já que não vi nem o filme e nem li o livro para avaliar a adaptação e fazer comparações. Bem, quando soube que a Netflix estava envolvida na produção de uma série sobre Instrumentos Mortais, fiquei animado. Mesmo não sabendo nada sobre a história, eu gostei da ideia, já que o livro é um best seller e tudo o que a Netflix faz é produzir novos vícios para mim, vide Sense8, Narcos, Demolidor, Jessica Jones… Um dia ainda falarei sobre elas aqui. Porém, depois de ver o primeiro episódio, procurei mais sobre a série e descobri que ela não foi produzida pela Netflix, mas que a empresa apenas comprou o direito de exibição no mundo todo (menos nos EUA). Ainda bem… para a Netflix.

Sério, eu acho que nunca vi algo tão mal produzido em termos de TUDO. E olha que sou consumidor assíduo da televisão brasileira desde que me entendo por gente. Nos primeiros minutos, já dá para perceber que você não verá algo bom e isso cada vez fica mais nítido. Os efeitos especiais são PÉSSIMOS e não é exagero, mas a Globo é capaz de fazer algo melhor e olha que ela foi capaz de fazer coisas como essa. Assim como a Record fez a novela dos Mutantes (quem lembra?) anos atrás, com algo visualmente melhor que a série. E querendo ou não, as duas emissoras produziram esse tipo de “mico” sem a pretensão de se levar a sério, o que não acontece nessa produção. Eles realmente acham que estão fazendo um trabalho digno de Oscar de Efeitos Visuais. Apenas parem.
Falando nisso, o tom da série é outro ponto fraco. É alguma coisa que beira Malhação (das temporadas ruins) com coisas sobrenaturais. Seria uma versão menos dark e mais teen de The Vampire Diaries. Pelo o que eu entendi do roteiro (ótimo #sqn), a série deveria ser bem mais sombria, com uma fotografia bem mais escura, mas isso meio que fica impossível com o cabelo da personagem principal sendo laranja marca-texto. OK, ela é ruiva? Façam ela ruiva, mas não precisam cegar ninguém com esse raio de sol flamejante em meio à escuridão. Poderiam apelidá-la de “Sol da meia-noite”, ficaria perfeito. Sério agora: a produção toda é muito trash. O cabelo. Os figurinos. As “tatuagens”. Os “efeitos especiais”. Tudo parece que saiu do tempo que o pessoal usava Word Art para deixar a capa do trabalho maneirona. Aliás, fiz uma sugestão de logo que se encaixa mais na proposta da série.

Não posso falar como foi feita a adaptação do livro, mas como a série deve ter uma certa independência dos livros, assim como filmes adaptados, achei o roteiro do episódio muito largado. Há, claro, séries que começam mostrando vários elementos da história para intrigar o espectador para que ele anseie por mais. Não foi o caso. Não há um mistério no ar, apenas falta de explicação e o que foi explicado, foi feito de um jeito bobo e infantil. Os atores também não ajudaram em nada. Todos foram inexpressivos e vazios. A trama mostra mortes, perseguição, sequestro, mas não há nenhum senso de urgência. Parece que tudo aquilo é bem plausível, até mesmo para a garota Joana Snow que não sabe de nada. Não bastasse, logo nesse episódio já aparecem aqueles clichêzões: a melhor amiga da principal gosta do melhor amigo da principal, que por sua vez, gosta da principal e todos não ficam com ninguém e ficam tudo na friendzone. Ainda por cima, no final do episódio, dão a ideia de um triângulo amoroso para a principal, sendo que um dos garotos é um cara que ela nunca viu na vida.
Sério, se eu não dei motivos suficientes para alguém não ver a série, então falhei miseravelmente. Porém, talvez a série seja boa para quem conhece a história dos livros e goste. Afinal, fã é trouxa fã e gosta de tudo que esteja relacionado à história. Para você ver, hoje em dia até curto Harry Potter e Ordem da Fênix, o filme que mais mutilou um livro da série. Ainda bem que mantive a consciência com os filmes do Percy Jackson, até porque aquilo nem pode ser chamado de adaptação. Mesmo com a força dos fãs e da Netflix, que só deve ter comprado os direitos por causa do sucesso dos livros, não acho que a série terá um futuro não. O que é uma pena, já que eu sei como é ser fã de sagas que não dão certo no meio audiovisual (tamo junto, Percy Jackson).
O problema é que quiseram pegar um material que é muito visual e exige muita produção e usar um orçamento baixíssimo. Tudo porque eles sabem que os fãs vão ver. Para que investir bem em algo que já tem retorno certo? O resultado é esse show de horrores que está sendo lançado semanalmente na Netflix. Aliás, show de horrores seria elogiar a série, já que a mitologia da história, pelo o que notei, é mais ou menos nessa vibe. Na realidade, o que era para ser um suspense obscuro, virou uma comédia pastelão que se leva a sério.

OBS: Se você chegou no blog através dessa coluna e quer saber mais sobre esse espaço, leia a minha primeira coluna explicando o blog clicando aqui. Não deixe, também, de curtir minha a página no Facebook clicando aqui!
E você, o que achou da série? E da crítica?
Comente aqui embaixo! Sua opinião é importante! :D