sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Me Chame Pelo Seu Nome

Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name, no original) é um dos filmes mais aclamados da temporada levando vários prêmios da crítica e sendo super bem recebido em festivais tanto pelo longa em si, quanto pelo roteiro, direção e melhor ator para Timothée Chalamet. No Oscar, está indicado em quatro categorias, sendo elas Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator (Timothée) e Melhor Canção Original (The Mystery of Love). Nessa crítica sem spoilers, vou abordar minha visão sobre a produção.
Eu quero começar essa crítica dizendo que esse filme não é para mim porque romance é um dos gêneros que menos gosto. Dito isso, eu não consegui gostar de praticamente nada do filme e passei as duas horas em um mix de tédio e vergonha alheia com algumas situações que acontecem. Eu não acho justo julgar o roteiro porque ele é adaptado de um livro que não li, mas o que senti é que a história é basicamente um romance água com açúcar de verão, sem conflitos e nem nada. É como se a Cinderela esbarrasse com o príncipe na casa dela e eles ficassem juntos e é isso aí. É interessante comentar, porém, que é um romance gay onde em nenhum momento isso é importante ou super valorizado no longa. Poderia ser uma história entre um homem e uma mulher no mesmo molde e isso não mudaria a essência, de certa forma.
A direção tem alguns conceitos interessantes. Primeiro que a fotografia já ganha pela belíssima locação na Itália e eu gosto do modo em que tudo é tão colorido, vivo e quente. Dá pra sentir o verão e toda a atmosfera que ele trás no ar. Também dá pra perceber o grande trabalho em retratar os dois personagens principais. Os trejeitos mais intimistas de um, o jeito mais expansivo e uma visão mais de baixo pra cima do outro, pra mostrar uma sensação de superioridade. Há também toda uma sexualização dos dois, seja no foco da abertura da camisa ou na ausência da mesma que remete à fotos do início, que são estátuas greco-romanas. De fato, a atmosfera da produção é muito bem trabalhada e merece destaque.
Timothée Chalamet está muito bem como Elio. O papel dele é bastante complicado por ser um personagem comum que vivencia experiências bem normais para a idade. Não há grandes acontecimentos que demandem dele uma atuação explosiva ou nada disso, é basicamente o personagem vivendo a vida, amadurecendo, se descobrindo e tudo de forma bem natural. Armie Hammer também está bem como Oliver, que poderia descambar facilmente para um personagem arrogante demais, mas o ator conseguiu segurá-lo e mostrar qualidades que justificam o interesse que todos tem por ele.
No fundo, Me Chame Pelo Seu Nome, acaba sendo um filme que abusa do subtexto e da interpretação do público para pegar a história. Enquanto A Forma da Água deixa claro de diversas formas no roteiro o motivo pelo romance engatar, esse deixa tudo no ar e subentendido na direção e atuação. Com isso, muitas pessoas podem achar que o longa foi muito simples e outros tantos podem conseguir enxergá-lo com outro olhar. De uma forma ou de outra, é inquestionável as qualidades que o filme consegue transpor para as telas.
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