Os Defensores chega na Netflix com muitas expectativas por parte do público. Era esperado que a série conseguisse trazer os bons momentos que alavancaram a parceria da Marvel com a empresa de streaming cof cof Demolidor e Jessica Jones cof cof e deixar pra trás o momentos não tão bons cof cof Luke Cage e Punho de Ferro cof cof. Além disso, era necessário achar um equilíbrio narrativo que conseguisse juntar os quatro personagens, cada um com suas diferenças, em um ambiente só. Nessa crítica, vou debater os pontos que, pra mim, funcionaram ou deixaram a desejar.
OBS: Essa crítica NÃO contém spoilers. Caso queira comentar com spoilers, sinalize nos comentários.
Uma das coisas que mais me deixa irritado nesse Universo Cinematográfico da Marvel (aka MCU, do inglês) e que as séries estão inseridas também é que apesar de todos os personagens estarem no mesmo universo, isso pouco importa. Tivemos duas temporadas de Demolidor e uma de Jessica Jones, sendo que as três temporadas se passam no mesmo BAIRRO. Em nenhum episódio houve o encontro direto entre Matt e Jessica, só a conexão entre personagens secundários para dar a liga e justificar esse universo compartilhado.
Esse erro se repete em Os Defensores, que adia ao máximo o encontro dos protagonistas que formam o nome da série. Durante o meio tempo inicial, a série respira como se fosse um compilado das quatro séries solos fazendo uma grande introdução cansativa. É até entendível que a produção se proponha destacar como algo novo e não um grande spin-off das outras. Porém, além de ser desnecessário para quem já conhece os personagens, também não diz muito sobre eles para quem não viu as respectivas histórias. Eu só vi o Piloto de Luke Cage e Punho de Ferro e continuei sabendo o que eu sabia antes de ver a série, além de continuar não gostando dos personagens e das histórias deles. Seria bem melhor que houvesse um encontro entre eles logo de cara e, a partir daí, eles fossem se desenvolvendo juntos.
O encontro das duplas Matt e Jessica e Luke e Danny, já antecipado pelo trailer também não me convenceu. Teria muito mais impacto se ocorressem em alguma série solo. Aqui elas perderam o peso porque foi algo totalmente esperado e acabou ficando jogado ao acaso. O encontro dos quatro, em si, deu uma boa liga e foi uma ótima cena, apesar de esperar mais e ser um tanto rápida.
Ao parar pra pensar em todos os problemas que citei, há uma coisa em comum: o roteiro. Ele não funcionou para mim simplesmente porque faltou planejamento. Faltou uma justificativa melhor para eles se juntarem, faltou eles se conhecerem antes, nem que seja de relance, faltou um vilão com perigo mais iminente, faltou um desenvolvimento melhor dos personagens e do grupo em si. E acabou faltando a série de fato acontecer. Eu fiquei esperando ela acontecer até o último episódio e acabei recebendo uma grande decepção em um dos piores finais de temporada que já vi em uma série, não só pelo roteiro, mas principalmente por ele.
Nem tudo, claro, foi ruim. Como pontos fortes da série gostaria de destacar a fotografia que eu achei bem legal, principalmente o jogo de cores de cada personagem. Você consegue identificar de qual dos quatro “mundos” a cena é só pela estética e a luz das cenas. Me chamou muito atenção. Quem também roubou a cena foi Jessica Jones de Krysten Ritter. Ela é basicamente a razão por eu ter aguentado maratonar a série porque ela estava incrível, ainda mais quando faz par com o Matt Murdock de Charlie Cox. Os dois funcionam muito bem juntos, mas acho que isso se deve principalmente por causa dela.
Indo na contramão, Luke Cage de Mike Colter e Alexandra de Sigourney Weaver acabam sendo desperdiçados, principalmente ela. Uma vilã e atriz com grande potencial e acabou não mostrando a que veio, mais uma vez por causa do roteiro que não permitiu isso. Preciso falar do outro protagonista? OK, Danny Rand de Finn Jones é um personagem extremamente insuportável. Não sei se o problema é o roteiro, a atuação, a direção ou tudo junto, mas eu sei que agradeci o meu discernimento por ter me feito parar de assistir Punho de Ferro no Piloto. Eu só fico com pena porque o personagem parece ter uma mitologia incrível, mas infelizmente não souberam trabalhar.
Outro ponto fraco foi a produção da série que deixou e muito a desejar. Os efeitos especiais não estavam dos melhores, as coreografias de luta não empolgaram em vários momentos e na maioria das vezes dava pra perceber que eles não estavam lutando realmente. Também senti falta de uma direção melhor nas cenas de ação. Demolidor tem tantas cenas de tirar o fôlego e Os Defensores ao invés de evoluir isso, regrediram. Eu sinto que a Marvel/Netflix se sente muito confortável com relação à essas séries. Eles passam a impressão de que eles estão fazendo qualquer coisa mesmo porque o hype já é garantido.
Uma das minhas maiores expectativas para uma série nesse ano era de Os Defensores, mesmo não vendo Luke Cage ou Punho de Ferro. Ela não só não entregou o esperado como me deixou um sentimento grande de decepção. A produção tem um grande potencial nas mãos, mas a falta de planejamento e roteiro acabaram por estragar um ótimo material que só valeu por algumas poucos sequências de ação, pela fotografia e por Jessica Jones. De resto, engoli como um grande desperdício de oito horas da minha vida. Pra mim, o grupo não só não conseguiu defender as produções Marvel/Netflix após as duas últimas séries solos, como me fará pensar mil vezes antes de embarcar numa nova jornada dessa parceria.
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