quinta-feira, 5 de maio de 2016

Capitão América: Guerra Civil


Capitão América: Guerra Civil chegou aos cinemas trazendo com ele a Fase 3 do Universo Compartilhado da Marvel (UCM ou MCU, no original). O que poderia ser um peso, já que ele tem que continuar o trabalho dos 12 filmes anteriores, acaba sendo um dos maiores trunfos do filme. Um dos grandes desafios, porém, é reunir uma grande quantidade de personagens em torno de um tema mais político, conseguindo desenvolver a trama e os heróis de forma igual.
PS: Essa crítica NÃO contém spoiler
Antes de começar essa crítica, quero deixar claro que não irei entrar no mérito da briguinha ridícula Marvel x DC que fãs e até críticos estão fazendo em torno de Batman vs Superman e Guerra Civil. Até eu que não estudei cinema e nem muito menos trabalho com críticas de filme, sei que são dois filmes que podem ter o mesmo público alvo, mas tem propostas e universos completamente diferentes. É a mesma história de tentar comparar Harry Potter com Jogos Vorazes: não rola e chega a ser idiota.
Posso dizer que o filme deveria ter entrado como o terceiro filme da “sub-franquia” Vingadores. Por mais que o foco maior da história tenha sido o lado do Capitão América, o grande impacto do filme foi a reunião de vários personagens do MCU na telona. O próprio roteiro tem uma vibe muito mais voltada para Vingadores do que para um filme do Capitão América. Havia mil possibilidades de explorarem a história e o conflito de heróis que ficou conhecido nos quadrinhos como o arco “Guerra Civil” (dessa vez, eu li o original antes), mas se limitaram em uma trama simples para tentar justificar a posição de cada um na luta.
Nos dois filmes anteriores protagonizados por Steve Rogers, o roteiro era bem mais político e voltado à trama em si. Nesse, tudo é muito mais voltado para a disputa entre os heróis do que para o porquê de tudo aquilo estar acontecendo, o que é uma característica marcante de Vingadores. Com isso, o maior ponto positivo do filme são os próprios personagens e as ações deles. Mesmo tendo um número grande (não para as HQs, mas sim para um filme), a direção consegue dar espaço para cada um ter o próprio momento, até mesmo os mais apagados ou que não tem super poderes como a maioria ali. Eles conseguem aprimorar os personagens que já conhecemos dos anteriores e, junto deles, introduzir novos com o mesmo peso.
Por ter um tempo de tela maior e uma história mais coesa com a trama do filme, para mim, Pantera Negra roubou todas as cenas. Chadwick Boseman ficou muito bem no personagem com e sem o manto do Pantera. Ainda mais por ser um personagem desconhecido do grande público, conseguiram introduzi-lo muito bem. Outro que ficou muito bem foi o Homem-Aranha de Tom Holland, que deu show atuando como uma versão bem nerd do Peter Parker. Ele e o Homem-Formiga de Paul Rudd (meu herói preferido do MCU até agora) foram super essenciais para equilibrar a luta e, ao mesmo tempo, foram um alívio cômico não forçado. Eles representaram como seria nós, fãs, no meio de vários heróis super famosos.
Por mais que seja minoria, a parte feminina foi muito bem representada. Scarlett Johansson está ainda melhor nas cenas de ação da Viúva Negra. Ela só cresce a cada filme e internaliza mais o personagem. Até quando ficaremos sem um filme solo dela? Elizabeth Olsen continua o bom trabalho que teve em Era de Ultron como Feiticeira Escarlate e também ganha um certo destaque, apesar de merecer mais. Uma grata surpresa foi o aumento do tempo de tela de Emily VanCamp com uma Sharon Carter bem decidida e determinada a seguir os passos da tia. Gosto muito da atriz e gostaria muito que ela crescesse mais nesse universo.
Mais uma prova de que o filme ficaria melhor tendo como referência os Vingadores é o tom. Até tentam dar uma dramaticidade para o longa, mas o roteiro acaba se sabotando com tiradas engraçadas no meio de cenas tensas. Isso impede que o filme fique mais sóbrio como os filmes do Capitão América apresentaram ser. A própria fotografia mais clara e colorida deixa isso mais nítido. Outro ponto é a ação que, mesmo que tenha seus momentos mais intimistas de luta corpo a corpo, se rende a megalomania dos poderes fantásticos dos personagens com cenas de tirar o fôlego.
Mesmo com tudo isso e, talvez, por causa disso, eu não gostei tanto do filme como o hype da maioria das pessoas estão dizendo por aí e isso justifica a minha nota. Não achei nem que o filme conseguiu ser o melhor do MCU. Para um filme dos Vingadores, ele foi ótimo, merece nota máxima e quem gosta do estilo apresentado por esse tipo de longa, vai amar. O que acontece é que não sou fã desse estilo, onde o roteiro fica em segundo plano para dar espaço para a ação, e nem fã de quadrinhos para vibrar com a adaptação dos heróis nas telonas. Já foi a época de eu gostar do entretenimento pelo entretenimento e é basicamente isso que podemos tirar de Capitão América: Guerra Civil: Um filme ótimo para o que se propõe, mas talvez com um erro de categorização.
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