sábado, 29 de outubro de 2016

A Garota no Trem

Na onda de adaptações de livro para o cinema, A Garota no Trem chega às telonas adaptando o livro homônimo de Paula Hawkins. Esse é mais uma crítica de história adaptada de um livro que eu não li, mas também se fosse ler todos que estão sendo adaptados atualmente, teria que largar a faculdade e me dedicar só à isso. Por isso, minha crítica será só sobre o filme e não terá spoiler.










Vou começar pelo roteiro que é a parte que mais me chama atenção em um filme e, esse especialmente, tenho muito o que falar. O começo é bem lento e um tanto monótono. Demora para chegar no suspense central do longa. É basicamente para você se ambientar na história de Rachel (Emily Blunt) que passa de trem por uma rua e deseja morar em uma casa dos sonhos e ter a vida da mulher que mora naquela casa. É bem interessante como o filme foi marcado. Além de Rachel, acompanhamos um pouco da vida de outras duas mulheres e, aos poucos, vamos conectando a história delas com acontecimentos do passado e do presente. É um filme que requer atenção porque tem muito flashback, devaneios e cortes de uma personagem para outra, então, se você piscar, pode ficar um pouco confuso.
Ao acabar de ver o filme, eu entendi bem porque o começo teve um ritmo vagaroso demais. Foi proposital para que o público o sentisse. Apesar de ter uma trama com algumas reviravoltas interessantes e algumas alucinações que nos fazem questionar o que é real ou não, o que chama atenção no roteiro não são essas surpresas, mas sim a temática. Acompanhar a vida dessas mulheres e sentir as angústias e questões delas. É um filme pesado. Não é aquele tipo de filme que desce fácil e que depois de assistir você continua vivendo a sua vida normalmente. É algo triste que te deixa para baixo depois da sessão. Porém, não é aquele filme de chorar, acho que vai mais além que isso. É aquele filme que te toca pela tristeza, mas acaba sendo algo tão possível no mundo que a gente vive que o choque é maior. Eu que não gosto muito de filmes "depressivos", gostei bastante desse justamente por não ser apelativo e criar situações que levam o público às lágrimas facilmente, mas por transpor algo que impacte de uma outra forma na nossa cabeça.
Não posso continuar essa crítica sem falar de Emily Blunt (Rachel). Excepcional é pouco para o que ela fez. Uma das coisas que me levaram a ver esse filme foi ela e valeu muito meu ingresso. Houve toda uma expressão corporal incrível onde você via claramente que a personagem estava completamente acabada. Um simples sopro e o corpo iria se desfazer na sua frente. Tudo isso de uma forma sutil, mesmo tendo momentos de explosão. Eu apostaria todas as minhas fichas nela para ser indicada para o Oscar e ela merece demais. O restante do elenco também é bem bom. Posso destacar a Haley Bennet (Megan) e o Justin Theroux (Tom) que tiveram ótimas atuações também e ficaram acima da média, mesmo estando abaixo de Emily Blunt.
A direção do filme ajudou muito o roteiro e deu ainda mais destaque na atuação de Blunt com vários closes no rosto da atriz. A fotografia é bem morta, o que ajuda a pesar ainda mais o tom do filme, até mesmo quando vemos a história de Megan, que tem uma paleta de cores mais colorida, mas ainda assim depressiva. A trilha sonora ajudou a compor os momentos mais tensos e criar a atmosfera necessária, mas não achei que se sobressaiu do todo.
Ao sair do filme, eu pensei que se tratava de um novo “Garota Exemplar”, como muita gente e até cheguei a comparar os dois, mas agora refletindo, não faz sentido as comparações. Por mais que a trama de 2014 também tenha acontecimentos chocantes e imprevisíveis, esse longa não tem como principal os plot twists, mas sim a história de três mulheres. Ele é muito mais denso e mais palpável e, de certa forma, os dois tem pontos positivos bem diferentes. A Garota do Trem é um thriller psicológico que foca mais em questões humanas do que em grandes reviravoltas.
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