terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Dunkirk

Dunkirk estreou no meio do ano passado sendo uma das promessas das premiações por ser dirigido pelo super conhecido Christopher Nolan. No entanto, ao longo do tempo ele foi perdendo a força e atualmente só está cotado para categorias técnicas do Oscar. Tem oito indicações: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Trilha Sonora, Melhor Design de Produção e Melhor Montagem. Nessa crítica sem spoilers, vou escrever sobre o que eu achei do longa.
Por mais que muitas pessoas não gostem tanto do Nolan, não há como negar que ele conseguiu, sim, fazer um filme bom dentro de um tema batido como guerra. Ele assina a direção e o roteiro, mas o próprio diz que não há um roteiro e isso acaba sendo verdade. São poucas as falas e a história meio que acontece, ela não tem uma estrutura clara que você consegue ver um desenrolar. Eu gostei bastante da direção dele, principalmente por ele ter colocado como protagonista a guerra em si e não um ou outro personagem. Nada que acontece é sobre alguém, mas sobre o acontecimento. Achei bem interessante esse conceito.
Da mesma forma que o longa é bonito, ele é vazio. Justamente por não ter um roteiro, não há uma mensagem, não há muito o que tirar. É uma experiência de batalhas e de sobrevivência. Não há uma temática para se abordar, como no Até O Último Homem do ano passado. Outra coisa que me incomodou foi, ironicamente, a montagem, que está concorrendo ao Oscar. Eu achei confusa e desnecessária, um exemplo de como pegar algo simples e mudar para parecer inteligente. Sem falar que não vi propósito nenhum, além de ser diferente.
O que rouba a cena a todo momento é toda a faixa sonora. Desde a trilha linda e bem alinhada do Hans Zimmer, que parece ter composto enquanto via a gravação de cada cena, até os sons de explosão. Nolan estava certo em querer gravar em IMAX, porque ele, mesmo em uma qualidade inferior, consegue imergir o público numa guerra com takes belíssimos e sons ensurdecedores. No meio disso tudo, os atores são dispensáveis e apenas figurantes do todo. Não há motivo para julgar a atuação de alguém.
Dunkirk vai muito bem nas partes técnicas, mas, para mim, é um daqueles filmes ótimos para se ver uma vez e depois nunca mais. Justamente por ele funcionar como uma experiência em si, que depois que sabemos o que acontece, não tem tanta graça. Por isso, acabei não gostando tanto do longa, porque provavelmente eu acabarei esquecendo dele depois de algum tempo. Nolan fez um lindo, mas oco, espetáculo audiovisual.
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