sábado, 23 de abril de 2016

Supergirl - 1ª Temporada

Essa semana acabou a primeira temporada de Supergirl, nova série produzida pela CBS. Lá no início, a série começou bem despretensiosa e apesar de ter muitos haters, ela evoluiu bastante. Não no sentido de se tornar madura, isso é uma coisa que ela não é. É uma série teen e que se aceita dessa forma, mas que se sobressai diante de várias outras por não forçar tanto a barra em assuntos teens. Afinal, a primeira temporada toda foi basicamente para introduzir a personagem e os poderes dela.
PS: Essa crítica NÃO contém spoilers. 
Sinopse:
Kara Zor-El nasceu no planeta Krypton, e escapou da destruição há anos. Desde então, ela chegou à Terra, e vem escondendo os poderes que ela e seu primo têm. Mas agora, aos 24 anos, ela decidiu assumir suas habilidades e ser a heroína que nasceu para ser.”
Como sempre, não dá para confiar em sinopses porque um detalhe importante e esquecido foi que ELA É PRIMA DO SUPERMAN! Partindo disso, tenho alguns pontos para considerar em relação ao roteiro, que é algo que eu gosto bastante de analisar. Um dos grandes dilemas mostrados pela série tem a ver com o Superman. Quando a Supergirl chega na Terra, meio atrasada, o Superman já é um herói consagrado e adulto. Logo, a função dela que era proteger o primo acaba indo por água abaixo, afinal, ele não precisa de proteção. Ao mesmo tempo, ela sente necessidade de ajudar também, mas não quer ficar na sombra do primo. Ela quer ser uma heroína independente e não a parente do Superman.
Essa sacada para a série, foi algo que gostei bastante, até pelo contexto. Em tempos de várias séries de heróis, essa é a única série de uma heroína (considero Jessica Jones anti-heroína) e há uma mensagem clara para ser passada aqui. Ainda mais pegando uma mulher com super força, super velocidade, visão de raio x… enfim, uma mulher super poderosa que bate nos bandidos, mas que ao mesmo tempo não deixa de lado a parte feminina. A Kara consegue ser uma super-heroína badass e uma mulher meiga sem ficar artificial e isso é ótimo para acabar com alguns esteriótipos. Isso é possível por causa de um dos trunfos da série: Melissa Benoist.
Como todas as produções envolvendo quadrinhos, Melissa Benoist foi super criticada por ser selecionada para dar vida a Supergirl. Não era bonita demais, não tinha corpo demais, vinha do Glee (alou Grant Gustin) e bombardearam a mulher de tudo que é jeito. Felizmente, ela pagou a língua de todo mundo. Sério, tem muita atriz mais velha que não atua como ela não. Ela parece ser a versão feminina do Grant Gustin (ou ele é a versão masculina dela), ator que faz o Flash, porque os dois tem uma ótima veia cômica e conseguem fazer um bom drama sem parecer dramalhão mexicano. Outra coisa que os dois compartilham é a química universal. Eles conseguem se entrosar com qualquer ator e as cenas fluem perfeitamente em qualquer diálogo. É impressionante. Não à toa que o crossover das séries foi sustentado pelos dois: juntos. Eles proporcionaram um combo duplo de carisma. Eu só não falei sobre o episódio aqui no blog porque o roteiro foi fraco demais.
PS: O vídeo abaixo é só pra mostrar que além de ser bonita e atuar bem, Melissa Benoist também sabe cantar.


PS2: Das duas uma: ou a produção de Glee é vidente ou a atriz ganhou o papel de Supergirl depois dessa apresentação. hauhsuhauhsuhauaa
PS3: Tenho uma teoria de que há uma Terra (para quem saca de Multiverso da DC) onde os heróis na verdade são cantores e dançarinos, vide Kara e Barry Allen (Grant Gustin de The Flash).
Falando de atuações e personagens, há mais um destaque na série: Cat Grant, interpretada por Calista Flockhart. Para resumir a personagem: Kara trabalha como assistente da “Rainha da Mídia” dos EUA, ou do Mundo, ela diria. Essa personagem é a Cat, dona da CatCo, um conglomerado de mídia super importante. Já imaginou como essa Cat deve ser, né? Pois bem, é a Miranda Priestly (O Diabo Veste Prada) da televisão. Enquanto ela é super descolada, mandona e poderosa, Kara, ou Kerah, como a chama “carinhosamente”, é bela, recatada e do lar introvertida, discreta e, aparentemente, frágil, o que chega a ser irônico. A atriz atua muito bem e o roteiro dela tem várias referências hilárias. Quando Kara e Cat estão em cena é divertido de se ver.
Passando para a parte não tão boa da série, temos o roteiro teen manjado de outras tantas séries. Relacionamentos, triângulos amorosos, friendzones… tem pra todos os gostos. Felizmente, como eles tem que mostrar a evolução da Kara ao se tornar Supergirl, essa parte do roteiro não é tão presente, mas ainda está lá. Eu diria que a série tem o mesmo tom que The Flash, só que a série do velocista escarlate sai na frente por toda nerdice científica que fala sobre viagem no tempo e multiverso e acaba subindo a complexidade da série. Tirando isso, as duas séries parecem coexistir no mesmo mundo, o que não dá para se ver entre The Flash e Arrow.
Outro ponto negativo que é muito falado é a produção da série. De fato, a maioria dos efeitos especiais poderiam ser melhor executados. Porém, eu reconheço a coragem do canal em não se intimidar diante às críticas. Eles continuam fazendo cenas de voo e raio laser nos olhos sem nenhum pudor e mesmo não tendo investimento necessário para melhorar. As lutas poderiam ser melhores coreografadas também. Só que, no meu entendimento, baixa produção não é motivo para você odiar uma série ou não, já que antigamente víamos cada bizarrice que nem dá para listar aqui.
Um ponto que pode dividir opiniões é referências. Então, na série estão adaptando a Supergirl praticamente como a versão masculina do Superman. Mesmo jeito de ser, quase a mesma história, mesmos vilões etc. Isso por um lado é legal para pessoas, como eu, que não leram quadrinhos, mas viam as animações Liga da Justiça e Liga da Justiça - Sem Limites e conseguem ver personagens dessas animações na série, diferente de The Flash e Arrow que a maioria dos personagens só aparecem nos quadrinhos mesmo. Por um outro lado, os fãs mais xiitas podem não gostar muito dessa adaptação, já que talvez ela não esteja tão fiel aos quadrinhos como se gostaria.
De todo modo, a série é legal e de certa forma é mais leve do que a maioria por misturar humor e ação, mas não esquecendo de uma boa dose de drama. A produção peca nos efeitos, que poderiam ser melhores levando em consideração a dimensão da personagem, mas que podem melhorar caso tenha a próxima temporada (a CBS ainda não confirmou se terá ou não). O que não se pode negar é a importância da série para a cultura nerd, pop e o Multiverso da DC, que foi estabelecido de vez com o crossover.

OBS: Se você chegou no blog através dessa coluna e quer saber mais sobre esse espaço, leia a minha primeira coluna explicando o blog clicando aqui. Não deixe, também, de curtir minha a página no Facebook clicando aqui!
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