quarta-feira, 27 de julho de 2016

A Piada Mortal

A Piada Mortal é uma das histórias mais clássicas do Batman e do Coringa. Mesmo se você não for um conhecedor de quadrinhos (como eu), vai acabar ouvindo falar dela se você se aventurar nesse mundo. Isso, acho eu, se deve ao fato da trama ser única, no sentido de não ser uma série de quadrinhos, mas uma única história completa que se desenvolve no relacionamento entre Batman e Coringa, mostrando, inclusive, uma das histórias de origem do segundo. O filme foi bastante aguardado desde o anúncio, mas infelizmente, no Brasil, só foi exibido nos cinemas em sessões especiais na segunda-feira dessa semana. Eu vi o longa e agora farei uma crítica sobre o que achei do filme como animação e adaptação do quadrinho (sim, eu li antes de assistir o filme).
OBS: Essa crítica NÃO contém spoilers.
Vou começar com um ponto que me incomodou um pouco já no começo do filme: a animação em si. Achei os personagens meio robóticos demais e esperava, para uma animação dessa importância, algo mais orgânico. Não sei se fui me acostumando com o passar do tempo, mas no final já não reparava mais nessa questão. Já faz algum tempo que não assisto uma animação em 2D, mas tenho a nítida certeza de que a grande maioria dos desenhos que eu assisti estavam mais bem cuidados que esse. Sendo que esse é um detalhe bem importante para você se aprofundar na história, então achei que, nessa questão, a DC ficou devendo.
A história foi alongada para poder ter mais tempo de tela, já que a trama dos quadrinhos, em si, é incrivelmente curta. Temos uma introdução que mostra um pouco do relacionamento entre Batman e Bárbara Gordon aka Batgirl. Isso foi interessante porque na segunda parte, que a história do quadrinho começa para valer, Bárbara é um elemento importante da narrativa. Portanto, achei válido um background para ela antes, já que muitos que não são tão fãs de quadrinhos poderiam desconhecê-la e os acontecimentos da trama em si poderiam ter emoção zero para essas pessoas. Porém, poderiam ter amarrado um pouco melhor as duas tramas. Ficou nítido o que foi inventado para o filme, já que não houve uma conexão. Até o ritmo de narrativa mudou.
Quando o prólogo dá lugar à história homônima, o que pode se ver é praticamente o quadrinho ganhando vida. São poucas as mudanças. Até os diálogos são cópias. Uma ou outra cena ou fala é adicionada com o intuito, ao meu ver, de enfatizar ainda mais a passagem ou completar pequenas lacunas esquecidas do quadrinho, nos mostrando onde os personagens estavam enquanto algo estava acontecendo. Não consegui captar nada que foi deixado de fora ou mudado bruscamente. O que é, sem dúvidas, um acerto. Se os fãs reclamam de qualquer mudança sutil de personagem em uma adaptação live action, imagina mexer em um clássico consagrado pelo mundo dos quadrinhos?
Um dos pontos positivos, sem dúvidas, foi a dublagem original de Mark Hamill aka Luke Skywalker como Coringa. Nunca tinha ouvido ele dublando o personagem, já que prefiro ver animações dubladas, e foi uma grata surpresa. Ele consegue dar muita vida para o vilão e, ao mesmo tempo, consegue fazer uma voz única e nenhum pouco afetada ou exagerada. Ele está no ponto. Outra que gostei bastante foi Tara Strong como Bárbara Gordon. Achei que a voz combinou bastante e atuação estava muito boa também.
Por ser um clássico, era esperado mais de A Piada Mortal. Não que seja uma animação ruim, mas tinha tudo para ser melhor. Se eles melhorassem a parte focada na Bárbara e tornassem a animação mais orgânica, o resultado poderia ter sido mais positivo, mas no geral, a adaptação cumpriu o papel dela com fidelidade ao material original e isso ninguém tem como reclamar. O que antes só era possível ser apreciado nos quadrinhos, agora poderá impactar mais pessoas através do longa, tão ácido e adulto quanto a obra que o originou.
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